11.08.2006

Chad acusa o Sudão de «exportar» conflito

Onda de violência
Chad acusa o Sudão de «exportar» conflito
O Governo de Chad acusa o Sudão de «exportar o genocídio» vivido no Darfur para os países vizinhos. Afirma que têm havido «numerosas vítimas» de confrontos recentes entre grupos árabes e não árabes, na fronteira do Darfur

Chad acusa o governo sudanês de «exportar» o genocídio que decorre no Darfur há cerca de três anos e meio. Pouco tempo antes, um ministro declarou que mais de 100 pessoas teriam sido assassinadas em conflitos no sudoeste de Chad. Esta área tem semelhanças com o Darfur em termos de agrupamentos étnicos e ambos os governos se acusaram mutuamente de apoiar os rebeldes.

O Governo de Chad apelou aos capacetes azuis da ONU para se colocarem na fronteira com o Darfur. O Ministro da Admnistração Nacional, Ahmat Mahamat Bachir, afirmou que diversas aldeias foram incendiadas durante a onda de violência que assolou a região de Salamat, na semana passada.

Analistas internacionais sublinham que há um padrão de conflitos entre árabes - tanto do Sudão como de Chad - e não árabes. Em Abril, rebeldes do Chad alcançaram a capital, N'Djamena, antes de serem expulsos pelo Governo. O Sudão negou todas as acusações de ter apoiado os rebeldes e Chad segue-lhes o passos, rejeitando qualquer alusão de ajudar os rebeldes negros africanos no Darfur.

O conflito de três anos e meio vivido no Sudão fez mais de dois milhões de refugiados e estima-se a morte de mais de 200 mil. Enquanto a guerra continua, o Governo sudanês afirma que está a desaarmar as milícias árabes (conhecidas por Janjaweed), acusadas de perpetrar o genocídio.